sábado, 13 de julho de 2013

Métodos de Pesquisa em Neurociência - Introdução a CLARITY

A obtenção de informação em alta resolução mantendo a perspectiva global necessária para o entendimento da função do sistema do cérebro, representa um desafio na biologia. Métodos recentes utilizados em cérebros de mamíferos ou envolvem seccionamento e reconstrução, ou acabam sendo incompatíveis com a fenotipação molecular, ou, até mesmo ambos. Algumas pesquisas que conseguiram mapear estruturalmente o cérebro por meio do seccionamento até foram bem sucedidas, mas eram limitadas pela aplicação em apenas pequenos volumes de tecido.

Estudar o tecido em sua forma intacta é um objetivo ainda não conquistado na biologia. A sua visualização no microscópio de luz é limitada devido à dispersão que a luz sofre por causa da bicamada de lipídio nas membranas das células, e a fenotipação molecular é dificultada.

O objetivo então é transformar o tecido intacto em uma estrutura opticamente transparente e permeável a macromoléculas enquanto, simultaneamente, a estrutura e informação molecular natural são preservadas.

O primeiro problema a ser resolvido seria então a questão da bicamada lipídica das células. Os lipídios implicam na pouca acessibilidade tecidual, tanto para sondas moleculares (usadas na fenotipação de moléculas) como para os fótons., criando uma barreira com propriedades de difusão relevante a penetração química e na dispersão luminosa.

Se a bicamada lipídica pudesse ser removida sem ocorrer destruição e desassociação da estrutura, luz e macromoléculas poderiam penetrar profundamente no tecido, assim, a imagem tridimensional e a analise imunohistológica seria possível. Contudo, remover esses lipídios que provêm integridade estrutural e que retêm biomoléculas iria, inevitavelmente, danificar o tecido com perca de informação celular e molecular importantíssima.  

Assim, prover uma armação, que primeiramente garantisse a integridade física do tecido e assegurasse a informação biológica, seria necessário.
Tal tecnologia já fora desenvolvida e realizada na Universidade de Stanford, Califórnia, e publicada em março desse ano na revista científica Nature e se chama CLARITY.


Referência bibliográfica: http://www.nature.com/news/see-through-brains-clarify-connections-1.12768

Nenhum comentário:

Postar um comentário