quinta-feira, 13 de junho de 2013

Patologias-Tratamento: Depressão

     Como de praxe, um breve esquema dos sintomas depressivos para, então, adentrarmos as possibilidades de tratamento.
     Para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
  • Sintomas corporais: desconforto no batimento cardíaco,constipações, dores de cabeça, dificuldades digestivas.
     O tratamento farmacológico para a depressão é o uso de antidepressivos, atuam diretamente no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do sistema nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse,
emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afetado negativamente num grau
significativo.
     Sabendo que a depressão está relacionada com alterações na quantidade dos neurotransmissores
serotonina(5HT),dopamina(DA) e  norepinefrina(NE)  e com o número e a sensibilidade dos
respectivos neuroreceptores, pode-se acrescentar que o efeito terapêutico das drogas antidepressivas é, justamente, o aumento
 funcional dos citados neurotransmissores na fenda sináptica bem como a mudança no número e sensibilidade de seus receptores.
 Tais drogas tem lugar no Sistema Límbico, principal centro das emoções e podem ser divididas em 4 grupos:


1 - Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
2 - Inibidores da Monoaminaoxidase(IMAO)

3 - Antidepressivos Atípicos
4 - Inibidores Seletivos de Recaptação

da Serotonina (ISRS)




1- ADTs:
     O local de ação dos antidepressivos tricíclicos (ADT) é no Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica.
Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação
 destas aminas pelos receptores pré-sinápticos. 
     O uso prolongado dos ADT parece provocar uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do
 tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibe a liberação de NE. Assim, quanto menor o número destes
 receptores, mais NE seria liberada na fenda.
     *Observação: esses efeitos citados só são obtidos após 15 dias de uso da droga, podendo chegar até 30 dias.

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
Nome do Sal
Nome Comercial
Apresentação
Dose média*
AMITRIPTILINA
Amitriptilina
Amytril
Tryptanol
cp. de 25 mg
cp. de 25 mg
cp. de 25 e 75 mg
25 a 125 mg/dia
CLOMIPRAMINA
Anafranil
cp. de 25 e 75 mg
25 a 225 mg/dia
IMIPRAMINA
Imipra
Imipramine
Tofranil
cp. de 25 mg
cp. de 25 mg
cp. de 25, 75 e 150 mg
25 a 300 mg/dia
MAPROTILINA**
Ludiomil
cp. de 25 e 75 mg
25 a 150 mg/dia
NORTRIPTILINA
Pamelor
cp. de 25, 50 e 75 mg
25 a 100 mg/dia

2- IMAO:
     A Monoaminaoxidase é a enzima responsáevel pela inativação dos neurotransmissores 5HT e NE, portanto sua inibição
pelos IMAO bloqueia a via degradativa dessas aminas, permitindo seu acúmulo nas vesículas pré-sinápticas e
consequente liberação na fenda.

3- Antidepressivos atípicos:
*Mirtazapina - aumenta a transmissão noradrenérgica através do antagonismo de receptores a2 (pré-sinápticos) no sistema
 nervoso central, ao mesmo tempo em que modula a função central da serotonina por interação com os receptores
 5-HT2 e 5-HT3;
*Venlafaxina - inibidore da recaptação de Serotonina e Norepinefrina, podendo inibir também a recaptação de dopamina.
*Riboxetina - responsável pela reacaptação da Noradrenalina e pela redução da sensibilidade dos receptores beta-adrenérgicos.
*Tianeptina -induz a recaptação de serotonina pelos neurônios da córtex, do hipocampo e do Sistema Límbico.
*Bupropiona - inibição da recapitação dos neurotransmissores Norepinefrina e Dopamina.

ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
Nome do Sal
Nome Comercial
Apresentação
Dose média
AMINEPTINA
Survector
cp. de 100 mg
100 a 300 mg/dia
VENLAFAXINA
Efexor
cp. de 37,5 e 75 mg
75 a 150 mg/dia
MIRTAZAPINA
Remeron
cp. de 30 e 45 mg
30 a 45 mg/dia
TIANEPTINA
Stablon
dr. de 12,5 mg
25 a 50 mg/dia
BUPROPIONA
Wellbutrin SR
cp 150 mg
300 mg/dia
REBOXETINA
Prolift
cp de 4 mg
8 - 16 mg/dia
FLUVOXAMINA
Luvox (breve)
cp. 100 mg.
200 mg/dia..
DULOXETINA
Cymbalta
cp de 60 mg
60 – 120 mg/dia

4-ISRS:
      Os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina atuam no neurônio pré-sináptico inibindo
especificamente a recaptação da 5HT, permitindo sua estadia na fenda sináptica na quantidade correta.
     *Observação: seus efeitos antidepressivos começam a ser observados de 2 a 4 semanas após o início do tratamento,
normalmente após a segunda semana eo efeito máximo ocorre após 5-6 semanas de uso.

ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAP. SEROTONINA
Nome do Sal
Comercial*
Apresentação
Dose média
CITALOPRAM
Cipramil
Citta
Procimax
Alcytan
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp de 20/40 mg
cp de 20/40 mg
20 a 60 mg/dia
ESCITALOPRAM
Lexapro
cp. de 10/20 mg
10 a 30 mg/dia
FLUOXETINA
Deprax
Eufor
Fluxene
Nortec
Prozac
Verotina
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
FLUVOXAMINA
Luvox
cp. de 100 mg
100 a 300 mg/dia
NEFAZODONA
Serzone
cp. de 100/150 mg
300 a 500 mg/dia
PAROXETINA
Aropax
Pondera
Cebrilim
cp. de 20 mg
cp. de 20/40 mg
cp. de 20/30 mg
20 a 60 mg/dia
SERTRALINA
Novativ
Tolrest
Zoloft
Serenata
cp. de 50 mg
cp. de 50 mg
cp. de 50 a 100 mg
cp. de 20 mg
50 a 100 mg/dia



Psicoterapia:

     O uso de antidepressores clínicos em princípio deveria ser limitado aos casos de depressão
 prolongada, risco de suicídio ou outro comportamento violento, ou em casos de depressão
profunda em que o paciente é incapaz de viver a sua vida  de forma razoavelmente normal.
      No tratamento da depressão leve ou moderada, outras técnicas menos invasivas também
 são efetivas e preferíveis aos fármacos ,como a psicoterapia. Além disso, para a depressão
crônica, muitos investigadores verificaram que se observavam melhores taxas de resposta
quando a terapia farmacológica era acompanhada por uma psicoterapia dirigida, a curto prazo. 
      Na terapia cognitiva-comportamental, os pacientes aprendem a afastar os pensamentos
 negativos automáticos que desenvolveram. Já a terapia interpessoal foca na relação entre o
 humor e as experiências/déficits interpessoais habituais.
    
     Nessas terapias antidepressivas, o profissional deve focar nos problemas atuais do paciente
 e não nas experiências passadas, como é feito nas demais terapias; dar ênfase à alteração do
comportamento do doente, de forma a que sua situação de vida melhor e e a sensação de
 controle pessoal seja reforçada; e ensinar o paciente a auto-monitorizar os eu progresso.



     

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