A
depressão é uma doença complexa, e muito estudada por ser tanto
uma questão de saúde pública quanto pelos vários
neurotransmissores que estão envolvidos nela, o que cria uma maior
possibilidade de tratamentos. Para se ter uma ideia, atualmente
existem 298 milhões de pessoas com depressão no mundo, e esse número
só aumenta, de forma que em 2030 será a doença mais comum. De
todos os casos de depressão, 15% acabam em suicídio.
Ela pode
ser classificada quanto a:
- Causa: quando há uma detectável, é classificada como primária. Se não é possível detectar uma, a doença é classificada como secundária.
- Componente genético: ocorrência de depressão na família. Pode ser esporádica, espectral ou familial.
- Sintomas: se há episódios de mania, é bipolar. Se não há, unipolar.
- Gravidade: leve ou grave.
Com isso,
é possível dividir os casos de depressão em três grupos:
- Reativa: ocorre em resposta a um episódio estressante, uma doença física grave ou uso de drogas, lícitas ou não. A depressão nesse caso é uma resposta, algo colateral.
- Distimia: depressão crônica que dura dois anos ou mais, e que pode não ser suficiente para abalar a vida da pessoa como a depressão maior, mas atrapalha seu funcionamento e diminui as sensações de prazer.
- Depressão maior: é de causa primária, com um fator genético envolvido. São episódios depressivos que ocorrem ao longo da vida, de natureza grave e que podem levar ao suicídio se não tratados.
- Bipolar: também de causa primária, se caracteriza por ser um ciclo de uma fase de mania com episódios de depressão, onde o humor da pessoa muda completamente. A fase de mania se caracteriza por ser uma fase muito extrovertida e de ações impulsórias. A depressiva apresenta os sintomas que serão listados a seguir.
São
vários os sintomas, e muitos podem ser difíceis de perceber, o que
dificulta o diagnóstico. Maior incidência de doenças
cardiovasculares, dores de cabeça, insônia, hipersônia, falta de
apetite ou aumento desse, problemas intestinais, cãibras, sintomas
comparáveis à diabetes, sentimentos persistentes de tristeza,
culpa, estresse, irritabilidade, pessimismo, falta de esperança,
incapacidade de se divertir, incapacidade de se concentrar, de se
lembrar de acontecimentos, tentativas de suicídio e muitos outros
são os sintomas dessa doença que envolve nada menos que quato
neurotransmissores. Todos eles são deductíveis a partir da
explicação de como a depressão começa e o desequilíbrio de cada
um dos envolvidos.
Os
neurotransmissores envolvidos no processo são a seretonina, a
dopamina, a noradrenalina e o cortisol. A diminuição de seretonina
leva à menor concentração dos dois outros no encéfalo, levando
aos sintomas emotivos e sociais. A seretonina, por atuar em várias
partes do corpo, leva aos sintomas físicos. Mas, o que o cortisol
tem a ver com isso? Também conhecido por hormônio do estresse, ele
é liberado em situações traumáticas ou em momentos de ansiedade,
e inibe uma enzima responsável por sintetizar seretonina. Sem
seretonina, a produção de noradrenalina e dopamina caem, e isso
vira um efeito bola de neve, pois a ansiedade e o estresse só
pioram, e a pessoa não se sente melhor com nada, pois não há a
dopamina para ser liberada.
Os
neurotransmissores e suas relações com os sintomas: dopamina está
relacionada com o desejo de realizar algo, o efeito recompensa e o
prazer. A noradrenalina, ou noraepinefrina comanda o sentido de
alerta, a concentração e a energia, e a seretonina controla as
obsessões, compulsões e a memória. Dopamina e noraepinefrina
controlam a atenção, noraepinefrina e seretonina controlam a
ansiedade, comportamento impulsivo e irritabilidade, dopamina e
seretonina controla o apetite sexual e a agressividade. Todas as três
controlam as funções cognitivas e o humor. Portanto, a falta deles irá diminuir, inibir tudo aquilo a que estão relacionados.
Bibliografia:
Revista
“Superinteressante”, Junho de 2013, matéria de capa
http://web.archive.org/web/20110606040559/http://www.nimh.nih.gov/health/publications/depression/nimhdepression.pdf