domingo, 30 de junho de 2013

Neurotransmissores: Dopamina

Olá, hoje o assunto é a dopamina, um neurotransmissor estimulante do sistema nervoso central (SNC).

A dopamina faz parte da família das catecolaminas, assim como a epinefrina e a norepinefrina. Ela age como neurotransmissor em diversas vias, sendo uma delas essencial para o comportamento estimulado por recompensa.

Fora do SNC, a dopamina funciona como hormônio, liberado pelo hipotálamo, e age como vasodilatador, aumentando a excreção de sódio, reduzindo a produção de insulina, reduzindo a motilidade intestinal e reduzindo a atividade de linfócitos.

Vias Dopaminérgicas

Existem oito vias dopaminérgicas, vias de transmissão da dopamina de uma região do cérebro para outra, mas as quatro principais são:

- Via mesolímbica: transmite dopamina da área tegmental ventral (VTA) para o sistema límbico por meio do nucleus accumbens (aquele discutido no post sobre a Tammy Jung), está relacionada ao sistema de recompensa e à memória;

- Via mesocortical: transmite dopamina da ára tegmental ventral para o córtex frontal, a hiperatividade dessa via está relacionada a alucinações e delírios psicóticos;

- Via nigro-estriatal: transmite dopamina da substantia nigra (do latim, recebe esse nome devido a alta pigmentação dos neurônios produtores de dopamina devido ao acúmulo de melanina) para o striatum, essa via está relacionada ao controle motor;

- Via tuberoinfundibular: transmite dopamina do hipotálamo para a glândula pituitária, influencia a secreção de alguns hormônios.

Síntese

As catecolaminas são sintetizadas por uma mesma via, a partir do aminoácido L-Tirosina.

Receptores

Em mamíferos, foram encontrados cinco subtipos de receptores de dopamina (D1 a D5). Todos eles funcionam, como a maioria dos receptores de serotonina, associados à proteína G, cujo mecanismo já foi explicado no post sobre serotonina. D1 e D2 são os principais receptores, os outros são separados em famílias por se parecerem com um desses dois.

Os receptores de dopamina são normalmente estáveis, mas mudanças agudas nos níveis de dopamina podem aumentar ou diminuir as suas concentrações. Antipsicóticos e diversas drogas estimulantes agem nos receptores dopaminérgicos e podem afetar suas regulações.

Em geral, estimulantes como cocaína, nicotina, metanfetamina e anfetamina causam uma redução da concentração de receptores, causando uma diminuição no prazer derivado de situações comuns, que não envolvam o uso desses estimulantes.  Enquanto isso, antipsicóticos tendem a causar um aumento na concentração ou na afinidade dos receptores pela dopamina, o que, na via nigro-estriatal, pode resultar em cinesia tardia e parkinsonismo (tremores, tiques e movimentos involuntários).

Psicose

A transmissão anormalmente alta de dopamina é uma das hipóteses de causas para as psicoses, das quais a mais comum é a esquizofrenia. Para saber mais, leias os posts, já publicados neste blog, sobre esquizofrenia.

Causas: http://oneurotransmissor.blogspot.com.br/2013/05/patologias-causas-esquizofrenia.html
e
Tratamentos: http://oneurotransmissor.blogspot.com.br/2013/05/patologias-tratamentos-esquizofrenia.html

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição degenerativa que causa tremores e comprometimento motor. Ela é causada pela perda de neurônios secretores, e consequente redução nos níveis, de dopamina na via nigro-estriatal.

Bibliografia

http://thebrain.mcgill.ca/flash/a/a_03/a_03_cl/a_03_cl_que/a_03_cl_que.html

http://www.news-medical.net/health/What-is-Dopamine.aspx

http://archneur.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=785704

http://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.neuro.28.061604.135722

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAQkwAK/antipsicoticos-agentes-neurolepticos

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Drogas- LSD

Bom dia, leitores!

Mais um capítulo referente as drogas ilícitas e seu uso terapêutico. Hoje estudaremos a LSD.

LSD (dietilamida do ácido lisérgico, um poderoso sintético químico) é uma droga que  inibe o movimento da serotonina (serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT)) no cérebro, o que influencia no humor, no pensamento e percepção sensoriais. Se dissolve na água e é inodoro, incolor e sem gosto.

Classe da droga: alucinógeno, psicadélico, psicotomimético.

Figura 1
Via de administração: A administração é principalmente por via oral, mas pode ser inalada, injetada ou aplicada transdermicamente.

Psicológica: Alucinações, aumento da percepção da cor, estado mental alterado, distúrbios do pensamento, psicose temporária, delírios, alterações da imagem corporal, e prejudicou a profundidade, o tempo ea percepção de espaço. Os usuários podem se sentir várias emoções ao mesmo tempo ou balançar-se rapidamente a partir de uma emoção para outra. "Más viagens" pode consistir de graves, pensamentos terríveis e sentimentos, medo de perder o controle e desespero.

Fisiológica: taquicardia, hipertensão, pupilas dilatadas, sudorese, perda de apetite, insônia, boca seca, tremores, dificuldades de fala e piloereção.

Farmacodinâmica: LSD é o principal agonista do 5-HT não selectivo. O LSD pode exercer o seu efeito alucinogénios por interacção com receptores 5-HT2A como um agonista parcial e modulando os processos mediada por receptores sensoriais, afectiva e cognitiva NMDA (N-metil D-Aspartato). LSD imita 5-HT nos receptores 5-HT 1A[1], produzindo uma diminuição marcada da taxa de disparo de neurónios serotoninérgicos.

Figura 2
[1]O receptor 5-HT1A é um subtipo de receptor 5-HT, que se liga ao neurotransmissor serotonina endógena (5-hidroxitriptamina, 5-HT).

A experiência do LSD é geralmente chamado de uma "viagem". A experiência é assustadora e revoltante chamada de "bad trip". A maioria das viagens de LSD duram entre seis e doze horas. Usuários de LSD pode sentir várias emoções diferentes ao mesmo tempo ou ter alterações de humor dramáticas. A droga produz delírios e alucinações visuais, muitas vezes incluindo imagens como sangramento ou fusão paredes ou efeitos cintilantes. Usuários perdem a noção do tempo.Os usuários podem "ouvir" cores ou "ver" sons. Alucinações e alterações na percepção LSD têm causado alguns usuários a entrar em pânico ou sentem que estão perdendo suas mentes. Alguns usuários têm feito coisas perigosas ou auto-ferindo em resposta às suas alucinações com LSD. O LSD provoca frequentemente “flashbacks” que são as recorrências de alguns aspectos da experiência do LSD sem tomar o medicamento novamente. Flashbacks são súbita e pode ocorrer dentro de poucos dias ou mais de um ano após o uso do LSD. Flashbacks são mais comuns em pessoas que usaram alucinógenos pesadamente ou por um longo período de tempo, ou que já têm uma personalidade ou transtorno de humor.

 O LSD é absorvido pela mucosa gastrointestinal e pelo sangue, sendo logo distribuído pelo corpo, com rápida concentração no fígado e nos rins. A droga atravessa a barreira sangue - cérebro com facilidade vai agir:
  • No córtex cerebral
  • No cerebelo
  • Nas glândulas pituitária e pineal
  • No hipotálamo
  • No sistema límbico
  • Nas áreas de reflexo da audição e visão
 Os efeitos são variáveis, dependendo:
  • Da quantidade e da qualidade da substância alucinógena
  • Do modo como foi tomada
  • Do estado de espírito e da sensibilidade do experimentador
  • Do ambiente em que se processa a experiência.
 Modos de fabricação:
Figura 3
  • Pó, inodor e incolor, solúvel em água
  • Gotas
  • Mata-borrão
  • Ampolas
  • Pequenos comprimidos
  • Cápsulas de formas, tamanhos e cores diferentes
  • Cubos de açúcar impregnados
  • Caramelos
  • Gelatinas
  • Fitas adesivas
  • Películas de celulóides
  • Estrelas minúsculas
  • Micropontos
E seu uso terapêutico????

O Ministério da Saúde do Brasil não reconhece nenhum uso terapêutico do LSD  e proíbe totalmente a produção, comércio e uso do mesmo no território nacional.



Efeitos Físicos
Efeitos Psíquicos
A Droga Produz
Tremores nas mãos e nos pés
Alucinações
Psicose
Calafrios
Distúrbios de consciência
Pode produzir violência
Náuseas
Distúrbios dos sentidos
Tentativa de suicídio
Dilatação da pupila
Distúrbios da afetividade

E algumas vezes vômito
Distúrbios da psicomotricidade

Tabela 1

 Bibliografia:

http://www.angelfire.com/on/drogas/allsd25.html
http://www.abovetheinfluence.com/facts/drugslsd
http://www.nhtsa.gov/people/injury/research/job185drugs/lysergic.htm
http://www.intheknowzone.com/substance-abuse-topics/hallucinogens/what-is-lsd.html
http://jat.oxfordjournals.org/content/24/7/550.full.pdf

 Figuras:
1
 http://mais24hrs.blogspot.com.br/2012/09/lsd-e-ecstasy.html

http://www.beirutnightlife.com/news/lsd-inventor-albert-hofmann-dead-at-age-102/

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Patologias-Tratamento: Depressão

     Como de praxe, um breve esquema dos sintomas depressivos para, então, adentrarmos as possibilidades de tratamento.
     Para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
  • Sintomas corporais: desconforto no batimento cardíaco,constipações, dores de cabeça, dificuldades digestivas.
     O tratamento farmacológico para a depressão é o uso de antidepressivos, atuam diretamente no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão neuro-química em áreas do sistema nervoso que regulam o estado do humor (o nível da vitalidade, energia, interesse,
emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor está afetado negativamente num grau
significativo.
     Sabendo que a depressão está relacionada com alterações na quantidade dos neurotransmissores
serotonina(5HT),dopamina(DA) e  norepinefrina(NE)  e com o número e a sensibilidade dos
respectivos neuroreceptores, pode-se acrescentar que o efeito terapêutico das drogas antidepressivas é, justamente, o aumento
 funcional dos citados neurotransmissores na fenda sináptica bem como a mudança no número e sensibilidade de seus receptores.
 Tais drogas tem lugar no Sistema Límbico, principal centro das emoções e podem ser divididas em 4 grupos:


1 - Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
2 - Inibidores da Monoaminaoxidase(IMAO)

3 - Antidepressivos Atípicos
4 - Inibidores Seletivos de Recaptação

da Serotonina (ISRS)




1- ADTs:
     O local de ação dos antidepressivos tricíclicos (ADT) é no Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica.
Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação
 destas aminas pelos receptores pré-sinápticos. 
     O uso prolongado dos ADT parece provocar uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do
 tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibe a liberação de NE. Assim, quanto menor o número destes
 receptores, mais NE seria liberada na fenda.
     *Observação: esses efeitos citados só são obtidos após 15 dias de uso da droga, podendo chegar até 30 dias.

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
Nome do Sal
Nome Comercial
Apresentação
Dose média*
AMITRIPTILINA
Amitriptilina
Amytril
Tryptanol
cp. de 25 mg
cp. de 25 mg
cp. de 25 e 75 mg
25 a 125 mg/dia
CLOMIPRAMINA
Anafranil
cp. de 25 e 75 mg
25 a 225 mg/dia
IMIPRAMINA
Imipra
Imipramine
Tofranil
cp. de 25 mg
cp. de 25 mg
cp. de 25, 75 e 150 mg
25 a 300 mg/dia
MAPROTILINA**
Ludiomil
cp. de 25 e 75 mg
25 a 150 mg/dia
NORTRIPTILINA
Pamelor
cp. de 25, 50 e 75 mg
25 a 100 mg/dia

2- IMAO:
     A Monoaminaoxidase é a enzima responsáevel pela inativação dos neurotransmissores 5HT e NE, portanto sua inibição
pelos IMAO bloqueia a via degradativa dessas aminas, permitindo seu acúmulo nas vesículas pré-sinápticas e
consequente liberação na fenda.

3- Antidepressivos atípicos:
*Mirtazapina - aumenta a transmissão noradrenérgica através do antagonismo de receptores a2 (pré-sinápticos) no sistema
 nervoso central, ao mesmo tempo em que modula a função central da serotonina por interação com os receptores
 5-HT2 e 5-HT3;
*Venlafaxina - inibidore da recaptação de Serotonina e Norepinefrina, podendo inibir também a recaptação de dopamina.
*Riboxetina - responsável pela reacaptação da Noradrenalina e pela redução da sensibilidade dos receptores beta-adrenérgicos.
*Tianeptina -induz a recaptação de serotonina pelos neurônios da córtex, do hipocampo e do Sistema Límbico.
*Bupropiona - inibição da recapitação dos neurotransmissores Norepinefrina e Dopamina.

ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
Nome do Sal
Nome Comercial
Apresentação
Dose média
AMINEPTINA
Survector
cp. de 100 mg
100 a 300 mg/dia
VENLAFAXINA
Efexor
cp. de 37,5 e 75 mg
75 a 150 mg/dia
MIRTAZAPINA
Remeron
cp. de 30 e 45 mg
30 a 45 mg/dia
TIANEPTINA
Stablon
dr. de 12,5 mg
25 a 50 mg/dia
BUPROPIONA
Wellbutrin SR
cp 150 mg
300 mg/dia
REBOXETINA
Prolift
cp de 4 mg
8 - 16 mg/dia
FLUVOXAMINA
Luvox (breve)
cp. 100 mg.
200 mg/dia..
DULOXETINA
Cymbalta
cp de 60 mg
60 – 120 mg/dia

4-ISRS:
      Os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina atuam no neurônio pré-sináptico inibindo
especificamente a recaptação da 5HT, permitindo sua estadia na fenda sináptica na quantidade correta.
     *Observação: seus efeitos antidepressivos começam a ser observados de 2 a 4 semanas após o início do tratamento,
normalmente após a segunda semana eo efeito máximo ocorre após 5-6 semanas de uso.

ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAP. SEROTONINA
Nome do Sal
Comercial*
Apresentação
Dose média
CITALOPRAM
Cipramil
Citta
Procimax
Alcytan
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp de 20/40 mg
cp de 20/40 mg
20 a 60 mg/dia
ESCITALOPRAM
Lexapro
cp. de 10/20 mg
10 a 30 mg/dia
FLUOXETINA
Deprax
Eufor
Fluxene
Nortec
Prozac
Verotina
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
cp. de 20 mg
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
20 a 60 mg/dia
FLUVOXAMINA
Luvox
cp. de 100 mg
100 a 300 mg/dia
NEFAZODONA
Serzone
cp. de 100/150 mg
300 a 500 mg/dia
PAROXETINA
Aropax
Pondera
Cebrilim
cp. de 20 mg
cp. de 20/40 mg
cp. de 20/30 mg
20 a 60 mg/dia
SERTRALINA
Novativ
Tolrest
Zoloft
Serenata
cp. de 50 mg
cp. de 50 mg
cp. de 50 a 100 mg
cp. de 20 mg
50 a 100 mg/dia



Psicoterapia:

     O uso de antidepressores clínicos em princípio deveria ser limitado aos casos de depressão
 prolongada, risco de suicídio ou outro comportamento violento, ou em casos de depressão
profunda em que o paciente é incapaz de viver a sua vida  de forma razoavelmente normal.
      No tratamento da depressão leve ou moderada, outras técnicas menos invasivas também
 são efetivas e preferíveis aos fármacos ,como a psicoterapia. Além disso, para a depressão
crônica, muitos investigadores verificaram que se observavam melhores taxas de resposta
quando a terapia farmacológica era acompanhada por uma psicoterapia dirigida, a curto prazo. 
      Na terapia cognitiva-comportamental, os pacientes aprendem a afastar os pensamentos
 negativos automáticos que desenvolveram. Já a terapia interpessoal foca na relação entre o
 humor e as experiências/déficits interpessoais habituais.
    
     Nessas terapias antidepressivas, o profissional deve focar nos problemas atuais do paciente
 e não nas experiências passadas, como é feito nas demais terapias; dar ênfase à alteração do
comportamento do doente, de forma a que sua situação de vida melhor e e a sensação de
 controle pessoal seja reforçada; e ensinar o paciente a auto-monitorizar os eu progresso.



     

Drogas- Cocaína



Boa tarde, leitores!


Figura 1
Estudaremos um pouco a respeito de uma outra droga, a COCAÍNA que tem como um dos seus princípios ativos a dopamina. Se você está acompanhando nosso blog certamente leu o post referente a MACONHA e aprendeu que a dopamina é um neurotransmissor responsável basicamente pelas sensações de prazer e motivação. 


  • O que é a cocaína? 
A cocaína é um alcalóide encontrado nas folhas do arbusto sul-americano Erythroxylon coca e suas derivadas crack e "merla".É um psicoestimulante poderosamente reforçado.

  • Formas de abuso:
Via oral (Mascar as folhas ou em forma de chá).
Via intranasal (inalar ou cheirar)
Via intravenosa (injetável)

  • Qual é a função da dopamina no cérebro?
Figura 3
Figura 2
A dopamina (mostrada em vermelho), como já descrito é um neurotransmissor, uma substância sintetizada por determinados neurônios em partes do cérebro, responsáveis pela motivação e prazer dos usuários. Depois de ter sido sintetizado é guardada dentro de “pequenos sacos especiais”, denominadas vesículas sinápticas (em verde). Quando os impulsos elétricos chegam aos neurônios, as vesículas movem-se na membrana do neurônio pré-sináptico e descarrega o seu conteúdo de dopamina na fenda sináptica. As moléculas de dopamina ao atravessar esta abertura se ligam a receptores específicos denominados dopaminérgicos [1] (Existem cinco receptores do neurotransmissor dopamina no cérebro, dos quais três - D1, D3 e D5 - estão envolvidos com a dependência da cocaína, e são abundantes no bulbo olfatório, núcleos accúmbens e caudado-patâmen)  situados na superfície externa da membrana celular do neurônio pós-sináptico. Isso provoca uma série de reações no neurônio, como a entrada e saída de alguns íons, e a liberação ou inibição de algumas enzimas. Em seguida, depois de ter sido libertado os receptores dopaminérgicos, as moléculas livres de dopamina são retomadas para o neurônio através do transporte de dopamina.


  • [1) O sistema dopaminérgico e a busca da recompensa:

 O sistema de recompensa (dopaminérgico) está presente desde os mamíferos mais primitivos. Ele tem participação fundamental na busca de estímulos causadores de prazer, tais como alimentos, sexo, relaxamento. Por meio do reforço positivo da recompensa, obtida durante essas experiências, o organismo é impelido a buscá-las repetidas vezes. Cria-se uma memória específica para isso. O sistema de recompensa, desse modo, é um importante mecanismo de autopreservação.

  • Via dopaminérgica mesolímbica e sintomas da esquizofrenia:

A via dopaminérgica mesolímbica: que vai do núcleo tegmental ventral do mesencéfalo até estruturas do sistema límbico (n.accumbens, amígdala); envolvida com os sintomas negativos (embotamento efetivo e anedodia) e positivos (delírios e alucinações). Em ênfase, aumentos dos níveis de dopamina nessa via se associa às bases fisiopatogênicas da esquizofrenia gerando euforia, estimulando a busca por experiências semelhantes. Portanto, conclui-se que a cocaína pode levar a esquizofrenia, devido aos seus comportamentos análogos.

  • O que acontece quando a cocaína chega no cérebro?



Quando a cocaína chega no cérebro, ela vai bloquear os locais de transporte da dopamina presentes na membrana do neurônio, de modo que a dopamina fica presa na fenda sináptica. Portanto, a dopamina não é removida da fenda sináptica, vai permanecer livre lá, em quantidades cada vez maiores, devido estímulos nervosos sucessivos que estão constantemente chegando e liberando a continuam dopamina. Esse efeito continua até que a cocaína é removida a partir dos terminais pré-sinápticos.

Figura 4
Figura 5

Efeitos a curto prazo:
  • Perda de apetite
  • Aumento do batimento cardíaco, pressão sanguínea, temperatura corporal
  • Contração dos vasos sanguíneos periféricos
  • Aumento da velocidade respiratória
  • Pupilas dilatadas
  • Padrões de sono perturbados
  • Náusea
  • Hiperestimulação
  • Comportamento bizarro, instável, por vezes violento
  • Alucinações, hiperexcitabilidade, irritabilidade
  • Alucinações tácteis que criam a ilusão de insetos a rastejar por baixo da pele
  • Euforia intensa
  • Ansiedade e paranoia
  • Depressão
  • Ânsia intensa pela droga
  • Pânico e psicose
  • Doses excessivas (mesmo que seja apenas uma vez) podem causar convulsões, derrames vasculares cerebrais e morte repentina
Efeitos a longo prazo:
  • Danos irreversíveis nos vasos sanguíneos coronários e cerebrais
  • Tensão arterial elevada que causa ataques cardíacos, derrames vasculares cerebrais e morte
  • Danos no fígado, rins e pulmões
  • Destruição dos tecidos nasais se inalada
  • Falhas respiratórias se fumada
  • Doenças infecciosas e abcessos se injectada
  • Má–nutrição, perda de peso
  • Decadência dentária severa
  • Alucinações auditivas e tácteis
  • Disfunções sexuais, danos reprodutivos e infertilidade (tanto no homem como na mulher)
  • Desorientação, apatia, confusão e exaustão
  • Irritabilidade e perturbações de humor
  • Aumento da frequência do comportamento de risco
  • Delírio ou psicose
  • Depressão severa
  • Tolerância e dependência (mesmo quando consumida apenas uma vez)


Bem, com todos esses efeitos citados dá pra entender que a cocaína não é brincadeira, pode até estimular momentos prazerosos, mas lembrem-se "o tempo é o senhor do destino".. Pouquíssimo tempo de felicidade que trará problemas maiores futuramente.


Figura 6
Curiosidade..Você sabia?

Diversos estudos comprovam o que a prática clínica já apontava: o uso frequente ou mesmo esporádico de substâncias psicoativas aumenta exponencialmente as chances de desencadear um surto psicótico! Mas o que caracteriza um surto psicótico? Os surtos são episódios de delírios e/ou alucinações, muitas vezes acompanhados por um discurso desorganizado e incompatível com a realidade. Estes sintomas podem variar de horas a semanas.




Referencias bibliográficas:http://en.wikipedia.org/wiki/Cocaine
http://br.drugfreeworld.org/drugfacts/cocaine/effects-of-cocaine.html
http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1_i.htm

http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/atualizacoes/as_115.htm
http://www1.unimed.com.br/nacional/bom_dia/saude_destaque.asp?nt=8219
http://www.icb.ufmg.br/labs/lpf/revista/revista1/volume1_loucura/cap3_3.htm
http://www.clinicadrtoufikrahd.com.br/news/read.asp?newsID=44
http://www.nucleopercepcao.com.br/2011/07/a-relacao-entre-drogas-e-surtos-psicoticos/


Figuras:
http://www.psicosmica.com/2012/10/consumo-de-drogas-na-gravidez-iii.html
2, 3, 4 e 5 http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1_i.htm
http://setimodia.files.wordpress.com/2011/07/perguntas-e-respostas.jpg